Essa projeção é um reflexo da capacidade de expansão da produção agrícola e da criação de empregos que o agronegócio possui em todo o país. De acordo com a coordenadora do curso de Engenharia Agronômica do Centro Universitário Facens, Prof. Dra. Carla Voltarelli, o avanço da tecnologia tem desempenhado um papel fundamental nesse crescimento, ao gerar soluções inovadoras e sustentáveis para a produção agrícola. Atualmente, o agronegócio representa quase 30% do PIB brasileiro e emprega mais de nove milhões de pessoas.
A expansão do setor tem gerado milhares de oportunidades de emprego em diversas áreas relacionadas ao agronegócio. Segundo um levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, a população ocupada (PO) no agronegócio atingiu 19 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2022, representando um aumento de 4,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Entre os segmentos do agronegócio, os destaques em contratações foram nas áreas de agroindústrias (+371,98 mil) e agrosserviços (+605,73 mil), em comparação ao ano anterior.
Segundo a Dra. Voltarelli, esses números representam uma recuperação dos postos de trabalho perdidos durante a pandemia, evidenciando variações positivas em todas as áreas de atuação do setor. No entanto, essa expansão também aumenta a demanda por profissionais qualificados.
Para atender essa demanda, a formação em Engenharia Agronômica oferece uma ampla área de trabalho. Os profissionais formados nessa área têm a oportunidade de atuar em diversas etapas do processo produtivo, seja nas lavouras ou na pecuária, prestando serviços para empresas ou até mesmo empreendendo no campo.
No entanto, com a crescente influência da tecnologia no agronegócio, surgem novas oportunidades de atuação, com ênfase na implementação de projetos digitais. A coordenadora do curso de Engenharia Agronômica da Facens destaca que o setor está buscando especialistas em Tecnologia da Informação (TI), engenheiros, economistas, estatísticos, gerentes de operação e outros profissionais para impulsionar a inovação nesse campo. Além disso, a limitação geográfica não é mais um obstáculo, pois muitas atividades podem ser realizadas nos grandes centros.
Essa tendência de migração para uma atuação multidisciplinar no ambiente agro permite que empresas de todo o mundo implementem soluções inovadoras no meio rural, com base em novas tecnologias. O investimento nas startups do agro, conhecidas como agtechs, também vem crescendo de forma significativa, alcançando US$ 40 milhões apenas no primeiro trimestre de 2022.
A coordenadora do curso de Engenharia Agronômica da Facens ressalta que, atualmente, a média salarial para ocupações voltadas para atividades digitais no agronegócio gira em torno de R$ 12 mil por mês. No entanto, devido à natureza ainda pouco explorada desse mercado, há uma média de cinco vagas por profissional disponível, o que pode resultar em uma competição acirrada entre os candidatos. Nesse cenário, aqueles que se destacam são os mais conectados e inovadores.
Com a perspectiva de um crescimento significativo do agronegócio e a constante evolução tecnológica, é essencial que os profissionais interessados na área busquem qualificação e atualização contínuas para se manterem competitivos no mercado de trabalho. A formação em Engenharia Agronômica, aliada a conhecimentos em tecnologia e áreas correlatas, oferece um caminho promissor para aproveitar as oportunidades geradas por esse setor em constante expansão.
À medida que o agronegócio se consolida como um dos principais motores da economia brasileira, a qualificação de novos profissionais se torna fundamental para impulsionar ainda mais o crescimento sustentável do setor. Com o apoio de instituições de ensino, empresas e governos, é possível desenvolver um ambiente propício à inovação e ao avanço tecnológico, garantindo a continuidade do sucesso do agronegócio brasileiro e a geração de empregos qualificados em todo o país.