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Projeções indicam aumento de 15% na produção de alimentos e impulsionam investimento em soluções sustentáveis para atender demanda global
No próximo ciclo agrícola, o Brasil está prestes a atingir uma marca histórica, com projeções apontando um crescimento de 15% na produção nacional de alimentos. Essa expansão representa um acréscimo de 40,8 milhões de toneladas em relação ao volume total alcançado na safra anterior, alcançando a impressionante marca de 312,4 milhões de toneladas. Esses números promissores ressaltam a necessidade de promover uma agricultura sustentável, capaz de suprir as demandas globais por alimentos sem comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente.
A busca por soluções sustentáveis na agricultura tem sido uma prioridade em todo o mundo, à medida que a estimativa da FAO, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para alimentação e agricultura, aponta que a população mundial poderá chegar a 9 bilhões de pessoas até 2050. Para atender a essa demanda crescente, os governos de países em desenvolvimento devem investir anualmente cerca de US＄ 44 bilhões em sistemas de produção alimentar. Nesse contexto, é imperativo desenvolver sistemas agroalimentares eficientes, seguros e, principalmente, sustentáveis, como estabelecido pelo Quadro Estratégico da FAO para 2022-2031.
Uma das tendências que tem se destacado é o crescimento do uso de bioinsumos na agricultura. Esses produtos biológicos auxiliam no controle de pragas, na otimização de nutrientes e na saúde das plantas. De acordo com o estudo FarmTrak, divulgado no início deste ano pela consultoria Kynetec, o mercado de bioinsumos movimentou R＄ 2,095 bilhões na safra 2021/2022, registrando um crescimento expressivo de 67% em relação ao ciclo anterior. Além disso, esses produtos já representam 4% do total de transações no setor de proteção de plantas, cujo montante negociado cresceu 33% e atingiu a marca de R＄ 78,247 bilhões. Os números revelam uma mudança significativa nas práticas agrícolas, visto que os insumos biológicos agora cobrem uma parcela considerável das áreas cultivadas no país, abrangendo 28% da área de plantio de soja, 52% da cana-de-açúcar, 26% do milho safrinha, 17% do milho verão e 64% do plantio de algodão.
O avanço na adoção dos bioinsumos é resultado de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, que têm levado ao desenvolvimento de produtos biológicos tão eficientes, e em muitos casos superiores, aos produtos químicos convencionais. O retorno econômico positivo e a redução de riscos sociais e ambientais na operação são os principais fatores impulsionadores dessa crescente adoção. Estudos recentes revelam que, em 2022, os principais defensivos utilizados no controle de nematoides foram os produtos biológicos, representando impressionantes 75% do faturamento do setor, em comparação aos 25% dos produtos químicos.
Esse aumento significativo na utilização dos bioinsumos abre caminho para três grandes ondas de avanço das biosoluções agrícolas. A indústria projeta a entrada dos bioherbicidas, biofungicidas para o combate à ferrugem-asiática e bioinseticidas para o controle de percevejos. No entanto, é importante ressaltar que ainda são necessárias pesquisas e desenvolvimento intensivos nessas áreas, tanto para validar a eficácia dos produtos em campo quanto para garantir a produção em larga escala de alguns itens, como o controle de Percevejo-marrom com Telenomus podisi.
Diante desse cenário, fica evidente que o Brasil, devido à sua importância mundial no agronegócio, tem um papel fundamental em liderar o movimento em prol de uma agricultura sustentável, capaz de suprir a população de forma segura e saudável. É necessário um esforço contínuo para inovar e demonstrar ao mundo a nossa capacidade de utilizar a ciência e a tecnologia em benefício do campo. Embora ainda haja desafios a serem superados, acreditamos que é possível ir além.
Eduardo Ivan, gerente de produtos biológicos na BRANDT do Brasil, destaca que a ascensão dos insumos biológicos está alinhada com a busca por práticas agrícolas mais sustentáveis. Segundo ele, "o investimento em pesquisa e desenvolvimento tem sido fundamental para impulsionar a eficácia dos produtos biológicos, oferecendo alternativas eficientes e seguras para o manejo de pragas e doenças nas lavouras. Estamos presenciando uma transformação no setor, onde a sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente estão se tornando cada vez mais centrais nas estratégias agrícolas".
O Brasil possui um potencial gigantesco para se tornar uma referência mundial em agricultura sustentável. Com a expansão dos bioinsumos e o compromisso de investir em métodos de cultivo que utilizem recursos sustentáveis, o país poderá suprir a crescente demanda global por alimentos, sem comprometer a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente.
Fonte: BRANDT