A grande seca de 1915 levou fome e miséria para o interior do Ceará e uma migração em massa. Milhares de sertanejos deixaram o campo e foram em direção à capital Fortaleza. Em resposta à crise, o governo instalou campos de concentração para abrigar os refugiados. O cenário nos campos de concentração era de extrema miséria e pobreza. Estima-se que morriam em média 150 pessoas por dia nos campos. Os refugiados da seca ficavam presos, cercados pelo exército e recebendo algumas doações de comida e medicamentos.
Rachel de Queiroz aborda a situação do Alagadiço, o maior campo de concentração que ficava nos arredores de Fortaleza. A miséria é observada pela personagem principal, uma professora progressista que mora na capital do estado, mas que visita a fazenda de sua família em Logradouro nas férias.
A seca também é abordada no interior do estado. A narrativa é dividida entre o campo e a cidade, tendo a seca como pano de fundo e elemento de ligação entre as duas realidades. No interior do Ceará, o que prevalece é a luta no campo contra a seca, a persistência do homem e o seu trabalho contra as situações adversas impostas pela natureza.
O Quinze foi o primeiro livro da escritora Rachel de Queiroz. Publicado em 1930, ele narra a seca histórica de 1915 pelo olhar de uma professora que mora em Fortaleza e que, em suas férias, visita a fazenda da família. O romance faz parte do ciclo nordestino com algumas características do neorrealismo.
Parabéns, professor Fábio. Um ótimo resumo.
ResponderExcluirObrigado professor Mauro, sua indicação deste tema foi muito oportuna.
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