Os Fiagros, que são fundos de investimento voltados para as cadeias produtivas agroindustriais, mesmo enfrentando as flutuações do setor produtivo, proporcionaram ganhos substanciais aos acionistas.
É importante ressaltar que, no final de novembro, o Grupo Bergamasco (Agropecuária Três Irmãos Bergamasco Ltda), detentor de terras vinculadas ao fundo imobiliário BTG Terras Agrícolas (BTRA11), solicitou recuperação judicial.
Conforme levantamento da Ável Investimentos, que identificou os principais distribuidores de dividendos, os Fiagros que se destacaram pelos melhores pagamentos são:
Quais as expectativas em 2024 para os Fiagros?
"Considerando que a grande maioria dos Fiagros é composta por carteira de crédito indexada ao CDI+, e com os cortes na taxa Selic e no CDI, espera-se uma diminuição marginal no rendimento dos fundos. Apesar disso, os spreads geralmente são substanciais, variando de CDI+3 a CDI+8, o que assegura uma remuneração nominal considerável", explica.
Por outro lado, Araujo destaca a significativa diluição de riscos, uma vez que o custo da dívida dos produtores diminui, favorecendo os pagamentos.
"Dado que o cenário para o agronegócio no Brasil sinaliza instabilidade em 2024, é crucial ter esse arrefecimento nos custos de dívida. Contudo, isso não implica necessariamente na redução dos casos de inadimplência. Há uma dependência das condições climáticas neste primeiro semestre, e as perspectivas de preços para as commodities, especialmente os grãos, não são as mais favoráveis. Portanto, é possível que novos casos de inadimplência surjam", analisa. O analista lembra que vários fundos estão em processo de reestruturação, com alguns ainda em recuperação judicial.