O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta sobre a continuidade do fenômeno El Niño até março de 2024, conforme indicado no recente Boletim Agroclimatológico. Esse evento climático, originado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial, tem implicações significativas no clima global, afetando diretamente o Brasil.
Desde junho do ano passado, o país tem enfrentado as influências do El Niño, e as últimas observações do Inmet revelam que as condições oceânicas indicam uma persistência do fenômeno até março de 2024. A temperatura média da superfície do Oceano Pacífico, monitorada desde julho de 2023, tem experimentado um aumento gradual.
No mês de novembro de 2023, a temperatura atingiu 1,9°C acima da média histórica, elevando a classificação do El Niño de 'moderado' para 'forte'. Em dezembro, esse desvio térmico aumentou para 2°C acima da média, intensificando ainda mais a influência do fenômeno climático.
De acordo com o APEC Climate Center (APCC), um centro de pesquisa com sede na Coreia do Sul, a previsão indica que as condições de El Niño devem persistir de forma significativa até o trimestre março-abril-maio de 2024, com uma probabilidade estimada entre 80% e 90%.
Entretanto, há indícios de mudanças no horizonte. No trimestre seguinte, abril-maio-junho/2024, a probabilidade de ocorrência do El Niño diminui para 60%, sinalizando um ligeiro enfraquecimento do fenômeno climático. Esse dado, apontado pelo Inmet, sugere que poderemos estar no caminho para uma transição nas condições climáticas, mas os impactos ainda são incertos.
Os agricultores, ambientalistas e demais setores que dependem diretamente das condições meteorológicas devem permanecer atentos às atualizações e ajustar suas estratégias conforme necessário, considerando a persistência inicial do El Niño e a possibilidade de sua diminuição nos meses seguintes. O cenário climático promete desafios e adaptações, enquanto a comunidade científica monitora de perto essas mudanças.